• há 7 anos
O Centro Pompidou de Paris celebra este ano o seu 40º aniversário em 40 cidades francesas, com manifestações artísticas e culturais variadas, obras de artistas de renome e de jovens talentos.

O edifício foi projetado pelo italiano Renzo Piano e pelo britânico Richard Rogers e suscitou décadas de controvérsia quando foi construído no coração dos bairros antigos da capital francesa.

O arquiteto Bernard Plattner, que trabalha com Renzo Piano, explica o conceito que domina no edifício.

“Um dos fundamentos do espírito na época, que inspirou Renzo e Richard, era abrir o edifício ao exterior e despertar a curiosidade dos transeuntes, das pessoas que geralmente não pensam entrar num museu”, disse Bernard Plattner.

Para o diretor do Centro Nacional Georges Pompidou, Serge Lasvignes, o edifício, antes comparado pelos críticos a um estaleiro de construção, integrou-se no espaço envolvente:

“A criação do Centro Pompidou representa uma rutura total com o cenário parisiense e, em primeiro lugar, com a arquitetura, como uma nave espacial que desembarcava no meio da cidade, no bairro histórico e mais antigo. Nunca tínhamos visto arquitetura como esta. Foi também uma rutura com a forma como a arte era colocada em exposição. Em França, estávamos presos a um modelo baseado em museus antigos, concebidos como santuários, com as suas portas e escadarias e uma sucessão de quartos banhados em escuridão. Este edifício surgiu como um espaço aberto que podemos atravessar em linha reta como se a cidade não parasse na porta, como se tivéssemos criado uma cidade dentro da cidade”, disse Lasvignes.

Os artistas reinam nesta “cidade da cultura”. As retrospectivas de 1979 e 2012 do pintor espanhol Salvador Dali atraíram um número recorde de visitantes (quase 900 mil pessoas para o primeiro, 790 mil para o segundo).

A qualidade dos programas apresentados no Centro Pompidou tornou-o um dos locais mais polos culturais mais populares de Paris.

Os parisienses olham hoje o edifício com orgulho:

“Este edifício foi a prova de que em Paris, uma cidade onde temos dificuldade em inovar e abandonar a estética arquitetónica forjada por Baron Haussmann no século XIX, tivemos a coragem de fazer um museu muito diferente, no coração de Paris e com uma aceitação tão vasta.”

Os visitantes estrangeiros continuam a ser atraídos pela ousadia do projeto:

“Agrada-me, porque é bastante interativo. Aqui sente-se que a arquitetura é usada de uma forma que não encontramos na maioria dos outros edifícios. Vemos as pessoas em movimento, quando estamos dentro temos vistas formidáveis do topo.”

O Centro Pompidou foi visitado por mais de três milhões de pessoas em 2016. Só a última exposição da obra de René Magritte (de 21 setembro de 2016 a 23 janeiro de 2017) atraiu cerca de 600 mil visitantes.

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